Vereador, que também é guarda municipal, diz que as forças de segurança precisam de respaldo para atuar com respeito e preparo
Durante a última Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Dourados, realizada na segunda-feira (14), o vereador Inspetor Cabral (PSD) se pronunciou em defesa da segurança pública e da necessidade de construir pontes institucionais entre as forças de segurança e as comunidades indígenas.
O parlamentar iniciou seu discurso repercutindo um áudio que circula nas redes sociais, atribuído a uma liderança indígena. O conteúdo, segundo ele, é motivo de séria preocupação:
“Rapaz, se eu pego eles aqui dentro, aí eu que vou prender a moto deles. Aí quero ver quem vai vir tirar a moto deles. Aqui é assim, nós temos que se unir. União nessa hora, porque lá fora nós perde pra eles, aqui dentro não. Aqui é outros quinhentos, aqui é o Brasil, meu irmão”, diz a mensagem
Para o vereador, o áudio evidencia um clima de tensão crescente que deve ser enfrentado com responsabilidade, sem abrir mão da legalidade. “A segurança pública não pode ser refém de ameaças ou intimidações”, declarou Cabral, que é integrante de carreira da Guarda Municipal de Dourados (GMD).
O parlamentar destacou que as forças de segurança atuam com base em protocolos e decisões judiciais, e lembrou que não há exigência legal de aviso prévio a lideranças comunitárias em casos de mandado de prisão – sobretudo quando envolvem crimes graves, como o da operação mencionada, que tratava de violência doméstica e descumprimento de medida protetiva.
Durante sua fala, Cabral questionou, “como que a Guarda Municipal, a Polícia Militar, a Polícia Civil ou qualquer força policial vai avisar a liderança, a comunidade, que vai lá fazer uma prisão?”.
E seguiu com outro questionamento, “pra gente atender as mulheres vítimas de violência doméstica nós vamos ter que pedir autorização para os líderes da Reserva Indígena?”.
Apesar das críticas ao teor do áudio, o vereador reafirmou seu respeito aos direitos das populações indígenas, mas defendeu que o cumprimento da lei é inegociável. “O Estado não pode se omitir diante de crimes. As forças de segurança precisam ter liberdade para atuar com respeito, com preparo, mas também com respaldo.”
Cabral ainda refletiu sobre a importância de estabelecer relações mais sólidas entre as instituições e as comunidades indígenas, “reafirmo meu compromisso com a paz, com a ordem e com o respeito mútuo. Que este episódio sirva de alerta para que avancemos em soluções conjuntas, e não em discursos que incitam divisões”.
