Pelo Regimento Interno da Câmara, o vereador acusado tem prazo de cinco dias para apresentar sua defesa e indicar suas provasA Câmara Municipal de Dourados aprovou durante a 20ª sessão ordinária de segunda-feira, a abertura do processo disciplinar contra o vereador Maurício Lemes (PSB), após denúncia da vereadora Virgínia Magrini (PP) por importunação ofensiva ao pudor.Na semana passada, durante a sessão, quando todos os vereadores estavam perfilados para tirar uma foto com um homenageado, a parlamentar sentiu por algumas vezes alguém ‘apalpando’ suas nádegas e, por mais de uma vez, solicitou que parasse. A denúncia foi protocolada na Câmara Municipal e na Delegacia Especializada da Mulher.A deliberação do processo administrativo foi apoiada por 15 vereadores. Ausentes, não votaram os vereadores Nelson Sudário (PSC) e Délia Razuk (PMDB). Também não votaram o vereador Maurício Lemes, por impedimento, e Idenor Machado (DEM), que por ser presidente não vota, exceto se houver empate.Pelo Regimento Interno da Câmara, o vereador acusado tem prazo de cinco dias para apresentar sua defesa e indicar suas provas. De acordo com o vereador presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, Marcelo Mourão (PSD), serão tomadas as medidas necessárias e em um prazo máximo de 90 dias deverá elaborar o parecer final, lembrando que é vedado o pedido de adiamento da votação.A vereadora Virginia usou a tribuna para expor o fato e mostrar sua indignação. “Jamais faria uma denúncia desse peso se não tivesse certeza. Tenho todas as provas necessárias e vou até o fim. Me senti um lixo, humilhada, e não sou eu que tenho que ter vergonha desse ato. Eu cheguei até aqui pelo meu esforço e tenho uma profissão. Sou uma vereadora hoje, mas não tenho rabo preso com ninguém”, afirmou Virgínia Magrini.Acompanharam a sessão, das galerias, e manifestando contra o ato, representantes das mulheres da OAB-MS, da Marcha Mundial das Mulheres e a presidente da Comissão das Mulheres Advogadas e vice-presidente da OAB-Dourados Edina Alvarenga Boneli.O vereador Elias Ishy (PT) usou seu espaço na tribuna para ler uma nota de repúdio da Marcha das Mulheres. A entidade cobrou investigação e punição ao acusado, entoando aos gritos a frase ‘a nossa luta é por respeito, mulher não é só bunda e peito’. (Da assessoria da vereadora)