De proposição da vereadora Virginia Magrini, objetivo da audiência é informar os direitos da mulher e mostrar as dificuldades que o SUS ainda enfrenta para humanizar o parto em DouradosA vereadora Virginia Magrini (PP) realiza hoje uma audiência pública sobre a violência obstétrica em Dourados. O evento, com o tema ‘O Parto, a Violência e os Direitos da Mulher’, acontece no plenário da Câmara de Vereadores a partir das 19h e o principal objetivo é despertar nas mulheres vítimas da violência no parto a necessidade da denúncia, além de informar os direitos da gestante bem como para a mulher em situação de abortamento.Para Virginia Magrini, é direito da mulher, saber de todas as etapas do parto, seja ele normal ou cesariana. "Nesta semana em que foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, o assunto tomou mais visibilidade. A violência no parto agrupa atos de desrespeito, assédio moral e físico, abuso e negligência, e só nos últimos anos vem sendo levado mais a sério. Nesta audiência, vamos debater as dificuldades do Sistema Único de Saúde em colocar em prática o parto humanizado. Desde o ano passado, inúmeras mortes de recém-nascidos e a forma como o parto foi conduzido pelo profissional vem sendo denunciado pelo Conselho Municipal de Saúde. Chegou a hora de debater e mostrar para as mulheres os seus direitos", enfatizou a vereadora.A OMS (Organização Mundial da Saúde) define a expressão violência obstétrica como o conjunto de atos desrespeitosos contra a mulher e o bebê, antes, durante e depois do parto, que "equivalem a uma violação dos direitos humanos fundamentais".Em 1990, 141 mães morriam para cada 100 mil bebês nascidos no Brasil. Em 2000, o país se comprometeu a reduzir esse número em 75%. E em 2015, mostrou que não cumpriu a meta. A OMS recomenda que 15% dos nascimentos sejam realizados por cesárea. No Brasil, o percentual cresce ano após ano e hoje fica perto de 55%, a maior taxa do planeta. Mulheres submetidas ao procedimento, segundo a ONU, têm 3,5 vezes mais chances de morrer do que aquelas que realizam parto natural de forma humanizada.A audiência pública vai contar com as presenças da advogada militante Edna Alvarenga Bonelli, membro da Comissão da Criança e do Adolescente e presidente da Comissão da Mulher Advogada; jornalista da Universidade Federal da Grande Dourados, Stella Zanchett, que faz parte da Marcha Mundial das Mulheres em Dourados e participante da Rede Parto do Princípio; investigadora de Polícia Judiciária, lotada na Delegacia da Mulher em Dourados, Sonia Pimentel, que é vice-presidente do Conselho da Mulher; enfermeiro e vice-presidente do Comitê de Mortalidade Materna Infantil e Fetal, Devanildo de Souza e da presidente do Conselho Municipal de Saúde, Berenice Machado, além de depoimentos de vítimas de violência no parto em Dourados.