MEMÓRIA DOS 40 ANOS - Elias Ishy destaca trabalho de Anastácio Peralta em prêmio “Marçal de Souza Tupã’Y”
Memória dos 40 anos do assassinato da liderança indígena marca homenagem da Câmara de Dourados
Vereador Elias Ishy indicou Anastácio Peralta ao prêmio anual da Câmara de Dourados
Foto: Francielle Grott/CMD
29/11/2023 08:57

 

A liderança indígena Anastácio Peralta recebeu na segunda-feira (27) o prêmio “Marçal de Souza Tupã’Y” de 2023, indicado pelo vereador Elias Ishy (PT). A homenagem foi marcada pela memória de 40 anos de uma das mais importantes vozes indígenas do país. Tupã’Y foi assassinado em sua casa no ano de 1983, na aldeia Campestre de Antônio João (MS). A premiação anual é direcionada a quem tenha produzido conteúdos relevantes aos povos originários e o parlamentar ressaltou o trabalho de Peralta como uma fonte de resistência ao conhecimento tradicional.

Anastácio é graduado em Licenciatura Intercultural Indígena e mestre em Educação e Territorialidade e cursa o doutorado na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). É considerado uma importante liderança da etnia Guarani Kaiowá. Nasceu na comunidade Tey i Kue, na cidade de Caarapó. Atualmente, reside na Aldeia Panambizinho. Ele possui importante trajetória de luta pelas terras da região, tendo participado de audiências nas Nações Unidas como porta-voz. Foi também coordenador do Núcleo Especial de Educação Indígena (Neei) e representante da CNPI (Comissão Nacional de Política Indigenista).

A dissertação de mestrado de Peralta tratou das tecnologias espirituais, consideradas como a reza, roça e sustentabilidade. Ele ainda tem outros trabalhos relacionados a agroecologia e a sustentabilidade, bem como reflexões sobre a medicina e o conhecimento tradicional como forma de resistência. Além da academia, ele também tem uma luta intensa pela educação, como por mais recursos e em defesa de um Estado plurinacional.

Juntos, Ishy e Peralta também acompanharam outra atividade de homenagem a Tupã’Y, que foi a Missa da Terra Sem Males, na catedral de Dourados. Uma reedição da celebração realizada originalmente em 1979, que foi um marco na redefinição da relação entre a Igreja Católica e os povos indígenas. A missa simbolizou o reconhecimento do genocídio e do etnocídio praticado ao longo de cinco séculos contra os povos originários e a afirmação do compromisso com o respeito e o apoio da Igreja à causa indígena.

Texto/Fonte: Assessoria